Inadimplência tem alta de 12,4% em 2022, diz Boa Vista
A informação foi divulgada no relatório sobre inadimplência da Boa Vista (BOAS3), publicado nesta sexta-feira, 10, com exclusividade pela EXAME Invest.
O número de registros de inadimplentes avançou pela quarta vez consecutiva na comparação mensal dos dados dessazonalizados.
A alta entre os meses de abril e maio foi significativa, de 7,5%.
Na comparação do trimestre móvel findo em maio com o trimestre findo em fevereiro a elevação também é expressiva, de 12,1%.
Já na série de dados originais, o indicador subiu 12,7% na comparação com maio do ano passado e acumula alta de 12,4% no ano.
Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, a curva se manteve numa trajetória de crescimento acelerado, passando de 6,2% em abril para 7,3% em maio.
Inadimplência em alta, porém ainda abaixo dos níveis pré-pandemia"Essa tendência era esperada, mesmo se em maio, de fato, foi mais elevada", diz à EXAME Invest Flavio Califfe, economista da Boa Safra.
Segundo o economista, "a inadimplência está subindo desde 2021, mas este ano está subindo mais. Essa alta era esperada, pois durante a pandemia a inadimplência despencou graças ao auxílio emergencial e a postergação das prestações das dívidas. Agora tudo isso acabou, e a tendência de crescimento está clara".
Segundo o economista, essa alta é devida ao aumento da inflação, que está correndo o poder de compra das famílias.
Entretanto, para o economista, a inadimplência ainda não chegou aos níveis pré-pandemia."E mesmo se estamos vendo uma redução do desemprego, ela não está sendo suficiente para para compensar os efeitos negativos da inflação", diz Califfe.
O Indicador de Recuperação de Crédito subiu levemente na comparação interanual, 0,7%, o que contribui para desacelerar o crescimento do resultado acumulado no ano de 12,0% até abril para 9,7% com os dados de maio.
Por outro lado, na variação acumulada em 12 meses, o crescimento passou de 4,9% em abril para 5,2% na leitura atual.
Todavia, o destaque ficou para a queda de 5,6% na comparação mensal. Até então, os números positivos da recuperação refletiam, ao menos parcialmente, a alta no número de registros.
Agora, livrar-se das restrições de crédito parece ter ficado mais difícil para o consumidor. E isso estaria impulsionando a inadimplência.
Exame