IPCA: inflação fica em 0,67% em junho e atinge 11,89% em 12 meses
No ano, a inflação acumulada é de 5,49% e, nos últimos 12 meses, de 11,89%.
Com o resultado, já são 10 meses seguidos com a inflação anual rodando acima dos dois dígitos.
Levantamento do Valor Data com 40 instituições financeiras e consultorias estimava um avanço de 0,71% na taxa de junho e uma alta de 11,92% no acumulado em 12 meses.
Expectativa de desaceleração, mas de inflação acima da meta pelo 2º ano seguidoEm 2021, a inflação fechou o ano em 10,06%, bem acima do teto da meta (5,25%), representando o maior aumento desde 2015.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para 2022 é de 3,5% e só será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%.
O Banco Central já admitiu oficialmente, porém, que a meta de inflação será descumprida em 2022 pelo segundo ano seguido.
O mercado financeiro reduziu de 8,89% para 7,96% a estimativa para o IPCA deste ano, segundo projeção do boletim Focus, divulgada nesta sexta-feira.
Economistas têm apontado que o cenário é de desaceleração da inflação a partir de julho, especialmente em razão de medidas de redução de impostos, como o teto aprovado para cobrança de ICMS sobre energia elétrica, combustíveis e outros serviços.
A queda do preço internacional do petróleo nos últimos dias zerou a defasagem nos preços cobrados pela Petrobras em suas refinarias, reduzindo também a probabilidade de novos altas no diesel e na gasolina no curto prazo.
Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Para tentar trazer a inflação de volta para a meta, o Banco Central tem feito um maior aperto monetário. A taxa básica de juros (Selic) está atualmente em 13,25% ao ano, o maior patamar desde 2016, e o BC já indicou que os juros ficarão em patamar elevado por um período maior de tempo.
A iminente aprovação da a PEC (proposta de emenda à Constituição) que libera bilhões em gastos públicos a pouco mais de três meses das eleições tem elevado os temores de descontrole fiscal, pressionado o câmbio e reforçando as apostas de uma alta maior da taxa básica de juros (Selic).
G1 | Economia